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FICÇÃO PORTUGUESA :: Diversos « anterior
Diário da Peste de Londres (Ref.: 978-989-95235-6-2)
 
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Diário da Peste de Londres

 

     Em 1665 terão morrido de peste mais de cem mil pesso­as em Londres. Este livro repro­duz o que Henry Foe, tio de Daniel Defoe, terá escrito du­rante esse tempo terrível. Re­gista-se o aparecimento de bruxos: «Todo este comércio se generalizou a tal ponto que era proverbial encontrarem-se de­penduradas das portas tabule­tas e letreiros assim concebi­dos: «Aqui mora um adivinho», «Aqui habita um astrólogo», «Aqui fazem-se horóscopos» e outras coisas do género.» O autor refere o que passou na sua casa: «Só tinha em casa uma velha governanta, uma criada, dois aprendizes e eu; e quando a peste principiou a crescer em volta de nós, som­brios eram os pensamentos que eu ruminava sobre a atitu­de que devia tomar e a manei­ra como agir». O medo dos ha­bitantes de Londres levava-os ao desespero: «Havia mães que no delírio matavam os filhos e pessoas que morriam de dor ou muito simplesmente de medo ou de pânico sem qual­quer infecção; e outras a quem o medo imbecilizava ou torna­va insensíveis, quando as não lançava no desespero ou na demência ou ainda numa lou­cura atrabiliária». Um outro as­pecto tem a ver com as activi­dades comerciais: «nenhum navio entrava ou saía do porto como antigamente e os maríti­mos, sem emprego, haviam caído na mais negra miséria. Com eles contavam-se os car­pinteiros navais, calafates, cordoeiros, tanoeiros, veleiros, serralheiros de âncoras, poleeiros, escultores de madeira, armeiros e abastecedores de bordo.»

José do Carmo Francisco




 


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