«Sidónio Pais – Ídolo e Mártir da República» de Rocha Martins
Rocha Martins (1879-1952) foi sempre um jornalista apaixonado pela História. Começou no Diário Popular, passou por A Vanguarda, Jornal da Noite, Ilustração Portuguesa e República. Fundou os semanários ABC em 1920 e Arquivo Nacional em 1932.
Neste seu livro, escrito entre Abril e Outubro de 1921, Rocha Martins faz a sua reconstituição do tempo entre a «revolução» de Dezembro de 1917 e 14 de Dezembro de 1918, dia em que o presidente Sidónio Pais foi morto a tiro por José Júlio Costa.
Sobre o fascínio exercido por Sidónio junto das mulheres escreve o autor: «Sidónio Pais conseguira, em poucos meses, captar o maior elemento de triunfo que existe: a Mulher. Não havia uma só que não adorasse o gesto nobre desse homem esbelto e, com o fetichismo da -------------------------------------- pelo seu futuro, não o julgasse um ser de eleição pronto a remediar todos os seus males. A correspondência recebida pelo Presidente da República tem o aspecto sacro de um livro de orações em favor da Pátria. A mulher é quem guarda o lar, quem o deseja tranquilo, alegre; é ela quem cuida dos filhos e por eles teme; a portuguesa, na sua maioria dona de casa, receando perder o esposo, sonhando sempre com melhores dias, encontra em Sidónio uma esperança e não queria desiludir-se. Era a eterna continuação da lenda medieval do príncipe matando o dragão para salvar a princesinha».
José do Carmo Francisco
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