«Vida e Obras de Luís de Camões» de Wilhelm Storck
Wilhelm Storck (1829-1905) foi professor na Universidade de Munstere correspondeu-se com Antero de Quental, cujos poemas traduziu. Desde cedo se interessou também pela poesia e pela vida de Camões. Este volume de 635 páginas é o resultado desse interesse, não só pelo poeta mas também pelo povo do seu país:
«Um povo enérgico, inteligente e de índole cavaleirosa, vivendo num pais riquíssimo em belezas naturais, debaixo de um firmamento sereno, à beira do Oceano, nas margens férteis de rios caudalosos, susceptível de intensas alegrias e profundas tristezas, magnânimo e altruísta em perigos e desgraças, cruel e cobiçoso em guerras e inimizades, nervoso e exaltado na luta, em vitórias e batalhas cruentas, doido por música, canto e dança e, por natural predisposição, inclinado à paixão amorosa, a saudades melancólicas e um sentimentalismo um tanto mórbido, não podia deixar de manifestar muito cedo em rimas sonoras e em graciosas melodias, as sensações produzidas por feitos da historia pátria e aventuras individuais».
O autor aborda a vida de Camões a partir de respostas a perguntas: «Sabemos que o poeta partira pobre para Goa e que voltou mais pobre ainda. Onde encontraria um asilo? Como ganhar o pão de cada dia? A quem dirigir-se, na firme confiança de encontrar auxilio e socorro? A madrasta já residiria então no bairro da Mouraria? Ou entraria ela mais tarde na capital, depois de vendidos os seus bens em Coimbra, a fim de passar os últimos anos junto do filho repatriado? Quem vivia ainda da família dos Condes de Linhares? Onde parava o autor do Palmeirim, Francisco de Moraes? Que era feito de D. Francisca de Aragão?»
(Tradução e Notas: Carolina Michaelis de Vasconcelos, Capa: Francisco Metrass)
José do Carmo Francisco
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